Enquanto aqui no Brasil a maioria dos clientes prefere o salmão, o povo japonês considera o atum como a mais alta iguaria entre os pescados.
Quando morei no Japão, ouvia histórias de leilões do mercado de Tsukiji em que um único atum tinha sido arrebatado por quantias fabulosas.
Mas, não pense que agora ao comer salmão você estará comendo um peixe nobre. Será que todos os atuns são iguais? A resposta é um sonoro NÃO.
Eu conferindo os barcos atuneiros no nordeste do Brasil, para trazer só os melhores para o Edo
Obviamente, há características semelhantes dentro de cada espécie (são cerca de 15 espécies diferentes do gênero Thunnus).
Há 3 grupos de espécies principais dentro do gênero Thunnus: o Blue Fin, o Yellow Fin e o Big Eye ou "Bati".
Aqui no Edo Zushi usamos exclusivamente o "Bati" por ser, normalmente, a melhor qualidade possível de ser encontrado em águas brasileiras.
Na maioria dos restaurantes japoneses o mais comum é o Yellow Fin, o Albacore ou outro peixe vermelho tipo agulhão que nem pertence ao gênero dos atuns verdadeiros.
O atum "Bati", por sua vez, é classificado por qualidade em números: 1+, 1, 2+, 2 e assim por diante. Sendo 1+ a melhor qualificação.
No Edo, 80% dos nossos atuns são da categoria 1+, quando o peixe é fisgado ainda vivo ou está em rigor mortis, garantindo maior qualidade final quando içado ao barco.
Atum Bati 1+
A disponibilidade desta qualidade é muito limitada, sendo que o Edo Zushi é dos únicos restaurantes em todo o país a receber este pescado.
A mesma empresa de quem somos parceiros exporta atum para o exigente mercado americano. Mas, temos o privilégio de termos os melhores exemplares escolhidos enviados do nordeste diretamente para São José dos Campos de avião.
Nigiri de atum Bati 1+ depois de conhecer a minha faca =)
Em sua próxima visita a qualquer restaurante, pergunte ao sushiman a procedência e a classificação do atum. Provavelmente ele não vai saber, mas não será Bati 1+, porque este só tem no Edo =)